Relatório: Reunião com os Classes A, B e C (cargos extintos ou vedados para concurso).
RELATÓRIO
Dia 18 de agosto de 2023 às 08:00h no SINTUF-MT
SINTUF-MT reuniu os trabalhadores que ainda estão na Ativa e alguns aposentados integrantes dos Níveis de Classificação A, B e C que tiveram seus cargos extintos ou vedados para concurso.
Os trabalhos foram coordenados por Luzia de Melo (Coordenadora Geral do SINTUF-MT) e Léia de Souza Oliveira (membro do CONSUNI), que passaram a discutir:
- As condições de trabalho
- Informes sobre cenários de negociação nacional sobre a Carreira
- Situação de cada servidor na Carreira (Níveis de Capacitação, Padrão e Desempenho, Formação Escolar).
Foi explanado pela coordenação dos trabalhos que desde o início da década de 90, com a extinção de centenas de cargos para promover a Terceirização no Serviço Público, as Universidades passaram a conviver com Empresas Terceirizadas, principalmente nas áreas de Limpeza, Jardinagem, Segurança e Motorista.
A partir de então essas funções estratégicas, cujas atividades demandavam um compromisso individual dos servidores foram secundarizadas e separadas das demais atividades desenvolvidas pelos técnico-administrativos de outras classes (D e E) e cargos, como se as mesmas não fossem mais de responsabilidade das Universidades.
Uma reflexão a parte é que as Empresas Terceirizadas assinavam um contrato com a Universidade com fiscalização questionável (vide a qualidade do serviço prestado), e as condições desses trabalhadores/as terceirizadas sequer eram fiscalizadas. Apenas com a atuação do SINTUF-MT as/os trabalhadores/as terceirizados passaram a serem “vistos” na UFMT, pois eram invisíveis, não eram consideradas “gentes” e sim “coisas”.
CONDIÇÕES DE TRABALHO:
O modelo de relações de trabalho que prepondera na maioria das Instituições do Serviço Público, não prioriza o ser humano. Em que pese a UFMT ser uma Instituição Produtora do Conhecimento, pouco se ouve falar sobre Gestão Humanizada, bem como sobre Políticas Institucionais e Programas que coloquem o ser humano à frente.
Com a extinção dos cargos criou-se na UFMT, um coletivo de servidores das Classes A e B, que ficaram sem atividade e foram literalmente encostados, como se não fossem mais necessários para a Instituição. Com a mediação do SINTUF-MT, foram redistribuídos para algumas unidades (Secretarias, Laboratórios etc.) e passaram por Programas de Capacitação por estarem aptos a desenvolverem novas funções. Ocorre que após o transcorrer dos anos (mais de 20 anos), algumas unidades da gestão superior e intermediária, com as devidas exceções, tiveram mudanças de chefias, e ao se depararem com esses servidores, consideraram esses obsoletos, não incorporando-os na rotina do trabalho da unidade. Parte deles estão nos “corredores” dessa Instituição, pois não possuem uma mesa para sentar. Além disso, não foram capacitados para ingressarem no mundo digital (SEI, SISREF, etc.). Assim ficam à margem da vida universitária. É revoltante! Lembramos da Letra que retrata bem essa situação:
“Tá vendo aquele edifico moço? Ajudei a levantar. Foi um tempo de aflição. Eram quatro conduções. Duas pra ir, duas pra voltar. Hoje depois dele pronto. Olho pra cima e fico tonto. Mas me vem um cidadão. E me diz desconfiado. Tu tá aí admirado. Ou tá querendo roubar? Meu domingo tá perdido. Vou pra casa entristecido. Dá vontade de beber. E pra aumentar meu tédio. Eu nem posso olhar pro prédio. Que eu ajudei a fazer.”
O SINTUF-MT, incansavelmente, ao longo dos anos vem denunciando que Terceirização (cara para o Custeio e de baixa qualidade para as necessidades das Universidades) não é CULPA DOS TRABALHADORES. Portanto, não podem ser penalizados pelo fechamento de postos de trabalho. Devem ser tratados com dignidade e inclusão até o momento de sua aposentadoria.
Hoje temos servidores que não possuem a mínima dignidade, pois ficam no campus, sem uma atividade e local de trabalho/sala/mesa definido. Do quadro de servidores ainda na ativa das classes A e B, temos um total de 52 servidoras/es, e a cada dia diminui, devido a falecimentos. É um número pequeno que devia ser acolhido e valorizado e não esquecido, jogados no limbo.
Cabe ressaltar que, excepcionalmente, alguns desses/as servidores/as estão desenvolvendo atividades em laboratório e secretarias de institutos e faculdades onde são respeitados e estão incluídos nas rotinas daquela unidade. Ainda bem que existem exceções à regra. Assim temos um número pequeno (diante do número total de servidores da UFMT) que deveriam ser acolhidos e valorizados, superando a invisibilidade e esquecimento. Eles só querem trabalho e reconhecimento.
Diante do exposto desse triste diagnóstico, urge a construção de medidas por parte da gestão - que incluam esses servidores, com definição de:
- Local digno de Trabalho
- Atividade digna dentro de sua capacidade formativa
- Inclusão digital (SEI e SISREF)
- Capacitação especial para aqueles que ainda se encontram o NC
COM RELAÇÃO A CAPACITAÇÃO:
Urge fazer o levantamento do número de servidores que já estão em condições de se aposentarem e ainda não alcançaram o último nível de capacitação.
Propomos que sejam realizados cursos (presenciais) de capacitação com CH de 30 horas - por módulo - nas seguintes áreas:
- Informática básica
- Inclusão Digital (SEI e SISREF)
- Atendimento ao Público (todos os cargos da UFMT devem saber se relacionar com o público usuário do nosso fazer)
- Noções Básicas sobre: ”O que é uma Universidade? ”
- Empreendedorismo na 3ª
CENÁRIOS DA NEGOCIAÇÃO NACIONAL SOBRE A CARREIRA
Foi explanado, com detalhes, os cenários que serão debatidos na Plenária Nacional da FASUBRA, acerca de possível mudança na estrutura da Tabela Salarial, a depender das Negociações na Mesa Nacional, disponível no site do SINTUFMT.
ENCAMINHAMENTOS
Após informações, e participação dos presentes, foram construídos os seguintes encaminhamentos:
- Fazer levantamento da situação de cada trabalhador – na ativa – das Classes A, B e C:
- Local de Trabalho?
- Possui acesso a computador?
- O ambiente é digno?
- Possui atividade definida?
- Possui acesso ao SEI?
- Cobrar da Gestão da UFMT, realização de Cursos de Capacitação, para oportunizar a evolução nos NC para esses servidores.
- Fazer levantamento do Nível de Escolaridade?
- Com relação aos analfabetos: Incentivar – com apoio de especialista – a sua formação básica, inclusive com cursos na própria UFMT.